Tanto o envelhecimento da população brasileira como as questões relacionadas aos idosos, aposentados e/ou pensionistas, fazem parte dos grandes desafios que devem ser enfrentados pelos responsáveis pela elaboração das políticas públicas brasileiras. Num leque bastante amplo, que não pode ficar restrito ao financiamento das aposentadorias, certamente não poderá estar de fora o Lazer, que por si só também é bastante amplo.
A nosso ver a equação dos problemas relacionados aos idosos não se resume a elaboração de leis específicas para idosos, devendo sua proteção estar incluída numa política social mais ampla, de todo um curso de vida. Política esta capaz de permitir o acesso a todos cidadãos, independente da categoria social ou mesmo de uma idade qualquer.

Considerado como um dos tempos sociais que vêm ocupando de forma significativa a vida deste grupo social constituído de idosos e aposentados, o que é destinado ao lazer não poderia estar ausente dos interesses de estudos do Grupo de Pesquisas Lazer e Minorias Sociais que está sediado na EEFD da UFRJ.
Como professor do departamento de educação física da Universidade Federal Fluminense (GEF- UFF), recebi com muita satisfação o convite de participar deste Projeto sendo o atual responsável pelos estudos do sub projeto denominado Lazer dos Idosos.
O Grupo está constituído dos seguintes professores e acadêmicos:
Dr. Edmundo de Drummond Alves Junior,
Ms Guilherme Ripoll de Carvalho
Especialista Fatima de Lima Paula
Profa Fernanda Costa e Silva
Prof Anderson Luis Félix Barbosa

Na construção de nossa opção metodológica consideramos como de fundamental importância a aceitação da inexorabilidade do processo normal do envelhecimento, devendo o mesmo ser aceito e enfrentado, sem ser negado ou camuflado, sempre levando em conta sua multidimencionalidade e multifatoriedade. Compreendemos o lazer enquanto fenômeno sócio–cultural, surgido pós-revolução industrial e a decorrente urbanização dos grandes centros.

Sendo um campo bem amplo é nossa intenção investigá-lo a partir: de sua organização enquanto fenômeno de sociedade; de como ele se desenvolve no ambiente associativo ou nas atividades mais individuais, com características mais informais; de sua relação com as mais diversas manifestações sociais, culturais, artísticas, físicas e esportivas. Buscamos ainda saber como população dita idosa se movimenta na cidade na busca do seu lazer, seus horários, seus locais, suas preferências. Tanto praças, parques e outros equipamentos públicos devem estar devidamente preparados para atender esta clientela, e certamente, sua ocupação enquanto espaço de lazer não deve mais só privilegiar os bancos, visando o repouso ou a reflexão. A organização do tempo do lazer dos idosos e aposentados recebe forte influência do modelo sócio econômico hegemônico, havendo nítidas diferenças entre as propostas liberais e as mais sociais.

Ao se pensar na relação lazer e idosos, é comum associarmos a algumas intervenções, muitas vezes bastante assistencialistas e pouco questionadoras. No que toca a nossa opção investigativa, procuramos aliá-la a de intervenção.
Defendemos, que dentro do possível os projetos coletivos de lazer devam estimular a intergeracionalidade, pois acreditamos que a partir da troca de experiências entre as diversas gerações possamos nos desenvolver também enquanto pessoa nas propostas de lazer.
Compreendemos ainda que os estudos relacionados ao Lazer dos Idosos não devem ser confundidos com recreação, cuja atividade têm fim em si mesmo. De maneira geral muitos dos projetos existentes não vêm servindo a investigações objetivas e deixam de contribuir no avanço deste conhecimento.

Nenhum comentário:
Postar um comentário